O Hino Rio-grandense não é racista!

Abro um dos principais portais de notícias do Brasil hoje de manhã e me salta aos olhos a bandeira do Rio Grande com essa chamada: “Hino do RS gera disputa entre deputados por suposto verso racista.” Incrível como as notícias na mídia brasileira a respeito do Rio Grande do Sul e da cultura gaúcha são sempre com esse tipo de conotação depreciativa!
A proposta da PEC em questão, busca dificultar a alteração dos nossos símbolos oficiais do Rio Grande do Sul como hino, bandeira e brasão. Além dessa proposta, há outro projeto sobre o mesmo tema, de autoria do deputado Luiz Marenco aguardando votação. Um acordo político fechado na última terça 04/07/2023 prevê a fusão das duas propostas: a realização de um referendo popular majoritário, caso alguém deseje alterar o hino, a bandeira ou o brasão ou garantir a imutabilidade e perenidade dos nossos simbolos.
A discussão em torno do trecho do hino do Rio Grande do Sul e uma suposta conotação racista é um assunto que a militância woke (esquerda liberal) sempre tenta trazer à tona e frequentemente gera discussões desnecessárias no cenário político gaúcho. Não se pode afirmar que a comunidade afro-gaúcha tenha algum consenso com essa acusação do hino em relação ao conteúdo do trecho em questão, considerando-o ofensivo e discriminatório.
O fato de alguns vereadores da militância woke de Porto Alegre terem permanecido sentados durante a execução do hino durante a posse da legislatura em 2021, seguido por deputados estaduais em 2023, trouxe ainda mais visibilidade à controvérsia. Essas ações foram interpretadas como forma de protesto contra o suposto teor racista do hino.
Neste contexto, o deputado Rodrigo Lorenzoni, do partido PL, propôs uma emenda constitucional que busca tornar os símbolos do estado, incluindo o hino, “protegidos e imutáveis em sua integralidade”; como o do deputado Luiz Marenco, que rompeu acordo firmado com os parlamentares que não desejam mudar o hino, unindo-se a deputados do PT, do PSOL e do PCdoB chegando a atrapalhar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que protegia o Hino do Rio Grande do Sul da ação da esquerda woke que desejam mudar o hino por considerarem a estrofe “racista”. Com a traição de Marenco, não havia votos para aprovar a proposta. Os deputados que desejam proteger o hino articularam então a retirada do quórum para que a PEC seja analisada na próxima sessão plenária. O acordo rompido por Marenco previa a aprovação de uma emenda que, além da proteção constitucional, levava qualquer tentativa de mudança do hino a referendo popular. Há na Assembleia um grupo de parlamentares . Por isso a importância da aprovação da PEC!
No entanto, é importante ressaltar que a interpretação do trecho do hino como racista não é consenso. Enquanto para a maioria do povo o verso “Povo que não tem virtude / Acaba por ser escravo” não possui conotação discriminatória racial e pode ser interpretado como uma reflexão sobre a importância das virtudes coletivas, a militância woke alega que essa frase reforça estereótipos negativos e perpetua preconceitos.
A tradição gaúcha é atacada há décadas por uma militância acéfala que considera a preservação das virtudes um pecado de um mundo arcaico. De críticas sobre a “invenção” da tradição a acusações de machismo, racismo e fascismo; mentiras são repetidas mil vezes como palavra de ordem contra uma importante camada do povo rio-grandense e sua memória histórica.
“Povo que não tem virtude / Acaba por ser escravo” é um verso polêmico apenas na cabeça de políticos lacradores, não do povo. E qualquer pessoa com capacidade cognitiva acima da média entende que o verso evoca a desgraça dos homens quando perdem sua dignidade e vontade coletivas. Em qualquer interpretação possível, o argumento de racismo é falacioso. Da ideia ali presente não se deduz que todo povo que foi escravo não possuía virtudes.
Além de lacração barata, é analfabetismo funcional ou, pior, é o racismo dos próprios “progressistas”, que além de reduzirem a importancia do papel dos farrapos negros na guerra, são os únicos a pressupor que o dito “povo sem virtude” descrito no hino fosse os negros. É nestes momentos que percebemos quão importante é o entendimento das raízes culturais na luta contra o apagamento da história dos povos, o mau-caratismo e a frivolidade pequeno-burguesa do chamado “identítarismo woke”, que de identidade, nada entendem.
Próxima de ser analisada pelo plenário, a PEC dos Símbolos segue incomodando a esquerda liberal, que tenta subverter a letra do hino rio-grandense ao classifica-lo como racista. Não devemos permitir que a ideologia sectária dessa militancia manche o Hino que é um dos nossos maiores orgulhos e patrimônios.
NOSSO HINO NÃO É RACISTA! NUNCA FOI E NUNCA SERÁ!