Diáspora pomerana

Diáspora pomerana

Antes de se defender a subsistencia de um povo, deve-se buscar conhece-lo. Não podemos falar sobre determinado povo em sua homogeneidade e sim em sua totalidade e isso começa no ambito regional. Por mais homogêneo que seja um povo ele possui suas particulidades que o diferencia em si mesmo e é pela regionalidade que podemos analisar melhor.

Heimat alemão, italiano, espanhol, russo, etc. O que faz esses paises serem o que são é as suas regionalidades. Se negligenciarmos a regionalidade de cada povo, estamos dando um passo muito grande dentro do universalismo globalista obliterador do diferencialismo humano, criando assim artificialidades das mais bestiais tais como o American Way of Life ou a brasilidade. Hoje, o povo em questão que abordarei é um dos povos germanicos mais regionais e que sempre resistiu durante tentivas ao longo dos séculos de serem totalmente homogeneizados. Não falo dos bavaros mas dos pomeranos.

A Pomerania (Pommerland) é uma região histórica e geográfica situada no norte da Polônia e da Alemanha na costa sul do mar Báltico, entre as duas margens dos rios Vístula e Odra, atingindo, a oeste, o rio Recknitz. O nome Pomerânia vem do eslavo “Po More”, que significa “Terra junto ao Mar”. A região pomerana foi ocupado há 13000 anos atras durante a idade da pedra e do bronze, dentre os povos ocupantes da região estão: os povos bálticos; germanos e vênedos da idade do ferro; e eslavos ocidentais e viking da idade média. A história da região é rica e variada, pelo fato de a mesma ter permanecido sob o domínio de diferentes potências ao longo dos séculos. De 1186 a 1806, esteve principalmente sob o domínio do Sacro Império Romano-Germânico. Com a dissolução deste império em 1806, por Napoleão Bonaparte, a Pomerânia tornou-se parte do Reino da Prússia e, depois, do Império Alemão. Do lado polonês, a Pomerânia é dividida em três voivodias (províncias): Pomerânia Ocidental (em polonês Zachodniopomorskie, ZP), capital Estetino (em alemão Stettin, em polonês Szczecin); Pomerânia (Pomorskie, PM) com a capital Gdańsk (Danzig em alemão); e Pomerânia-Kujawsko (Kujawsko-Pomorskie, KP).

Depois da derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, toda a Pomerânia ficou sob controle militar soviético e a fronteira polonesa-alemã foi deslocada para oeste, de maneira que a Pomerânia ficou dividida na linha Oder-Neisse, entre a Polônia e a zona alemã sob administração soviética – que se tornou mais tarde a república comunista da Alemanha Oriental. A população alemã dos territórios a leste da nova linha de fronteira foi quase completamente expulsa e a área foi repovoada primariamente com poloneses (alguns anteriormente expulsos de Kresy) pelos russos, ucranianos de ascendência polonesa (assentados pela Operação Vístula) e alguns poucos judeus poloneses. A maior parte da Pomerânia Ocidental continuou na Alemanha. Inicialmente, aproximadamente 500000 pomeranos orientais fugiram e encontraram abrigo nessa região. Posteriormente, eles se mudaram para outras regiões da Alemanha e do mundo. Na Alemanha Oriental, todos os estados foram dissolvidos, mas, depois da reunificação da Alemanha, os antigos estados foram reestabelecidos. Sendo o resto da Pomerânia relativamente pequeno, ele foi reunido com o estado (Bundesland) Mecklemburgo, com o nome Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. A igreja evangélica da Pomerânia, que era a igreja oficial por séculos e é até hoje a igreja predominante na Pomerânia Ocidental, não se adaptou a essas mudanças e, assim, existe, ainda, o bispado evangélico Pomerânia.

A partir de então, mais de 330 mil pomeranos emigraram para os Estados Unidos e muitos para a América Portuguesa. Toda uma tragetória dessas não impediu dos pomeranos reafirmarem o próprip daseín e o próprio heimat deles ainda hoje tão fortemente.

A lingua pomerana é uma variedade do baixo-saxão, pertencente ao grupo de idiomas falados na região da costa do mar germânico do norte, de onde originou-se. Nesse grupo linguístico também estão o vestfaliano, o menonita e o holandês. O inglês, língua anglo-saxônica, também é aparentado com o pomerano. As variedades linguísticas do pomerano que tiveram maior presença no Espírito Santo foram as provenientes da Pomerânia Oriental. O alemão-padrão, por sua vez, pertence a um outro grupo de línguas, o alto-alemão. falada pelos pomernaos e seus descendetes em várias regiões da América Portuguesa especialmente o Sul Meridional, no Espirito Santo e Rondonia. Infelizmente está quase extinto na Pomerania histórica, mas se mantem viva na diáspora nas Américas.

Atualmente a língua pomerana já tem uma escrita, dada pelo linguista Ismael Tressmann, sendo que, nos municípios com maior população de origem pomerana do estado do Espírito Santo, são ministradas aulas de língua pomerana, por meio do Programa de Educação Escolar Pomerana (PROEPO).

Fonte: Comunidade Européia Austral

Guilherme Fernandes

Guilherme Fernandes

índio gaúcho e vice-presidente da Resistência Sulista

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