A quem interessa atacar o Rio Grande?

O Rio Grande do Sul em sua formação é uma concha de retalhos, não é uma unidade; tem origem Alemã, Italiana, Açoriana, Polonesa, Negra e ainda têm a influência Hispano/Indígena na sua cultura, por uma série de razões históricas e geográficas. Não é sequer uma unidade religiosa, visto que muitos municípios têm origem luterana como São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom e grande parte da região noroeste. Apesar disso, a Revolução Farroupilha, ainda que tenha falhado em seu objetivo final, nos deu uma coisa que o Brasil não possui, que é o sentimento de PÁTRIA, um reconhecimento de que, apesar das diferenças, identificamo-nos como um mesmo povo.
Em síntese esta é a bronca que eles e inimigos da humanidade em geral tem por nós, pois esse sentimento é nocivo aos interesses mais diversos, tanto do Brasil quanto da elite globalista que promove a agenda de super individualismo (o liberalismo 2.0 como diz Alexander Dugin), com o intuito de acabar com qualquer unidade entre pessoas, posicionando-se, deste modo, eles como a unidade e assim controlando todos nós.
A partir dos anos 2000, mais especificamente com Moacyr Flores com “Negros na Revolução Farroupilha: traição em Porongos e farsa em Ponche Verde”, de 2004, a esquerda trotskista rio-grandense, ala mais alinhada aos interesses globalistas, ensejou um ataque vertical a todos os nossos símbolos que nos é mais caro, através de autores como Tau Golim, Juremir Machado, Mario Maestri, etc.
Símbolos e arquétipos são muito poderosos, um conceito criado por Carl Jung, pai da psicologia analítica, que é utilizado para representar padrões de comportamento associados a um personagem ou papel social. É fundamental na publicidade quando, por exemplo, um animal é utilizado em uma marca, esperando assim que os clientes associam a marca às características daquele animal. Da mesma forma, quando um povo é representado por um conjunto de símbolos, a população associa-se a estes símbolos, incorporando assim as características em sua personalidade.
Quando cantamos nosso hino, em todos os seus versos e especialmente “povo que não têm virtude, acaba por ser escravo”, este ato é um símbolo daquilo que ele e especialmente o verso invoca: a resistência contra a escravidão (e não uma justificativa a ela, como querem propagar); quando o cantamos, evocamos a Revolução Farroupilha, cujos arquétipos são de coragem e bravura para lutar pela liberdade, contra a tirania. Quando o gaúcho veste uma bombacha e coloca um lenço, estamos também, de certa forma, fazendo resistência, contra a massificação cultural e relembrando nossos valores; o mesmo vale para as diversas culturas colonas existentes no estado. Está em nosso DNA a luta contra qualquer tipo de escravidão.
Açorianos e não-portugueses não escravizaram o negro, nem o índio, nem ninguém. Foram a classe dos estancieiros ligados ao charque, cujos descendentes representam hoje uma parcela mínima da população do Rio Grande do Sul, é que usaram a escravidão como mão de obra; grande parte do nosso povo não tem passado escravista. Não somos “caipiras racistas”, daqueles típicos dos estados sulinos estadunidense, como essa gente insiste em nos associar veladamente. Nosso estado é, isso sim, integrado em uma tradição sul americana de caudilhismo, que teve como precursores José Artigas, José de San Martin, Simon Bolívar, etc, do qual se inspiraram os principais líderes Farroupilhas.
Nossa história e cultura é linda e nossas façanhas servem, sim, de modelo à toda terra.
Muito bem escrito. Que um dia a aurora sulista prevaleca contra a tirania e contra o constante ataque a nossa cultura e alma.