Dia Nacional da Tradição Gaúcha

Por Guilherme Fernandes / Resistência Sulista
Feliz dia ao povo que ergueu as Republicas platinas dessas terras austrais, e que expandiu as nossas fronteiras. Lutou em todas as guerras travadas em nosso solo, pela simples honra de defender a pátria e a nossa liberdade. Muitas vezes forçados a lutar contra seus próprios irmãos nos pampas. Guardiões e fundadores de cidades com um rifle no ombro e o arado nas mãos, para terminarem os seus dias na miséria absoluta e esquecidos na história, tendo a própria identidade deturpada e pervertida por instituições oportunistas brasileiristas e anti-gaúchas.
“Se nossos líderes tivessem lido Martín Fierro em vez de autores estrangeiros, é provável que teriam entendido os problemas argentinos até que os resolvessem com paixão, amor e caráter”.
– Juan Domingo Peron
“O Martín Fierro de José Hernández, um livro essencialmente político, nada mais é do que um brilhante apelo em favor do matrero gaúcho, um rebelde não contra a lei, mas contra uma ordem injusta: uma categoria política, não uma categoria de direito penal”.
– Fermin Chavez
Todos os dias 6 de Dezembro, na Argentina, comemora-se a publicação de uma das obras mais emblemáticas do poeta José Hernández nascido na cidade General San Martín, na província de Buenos Aires, nascido em 10 de novembro de 1834 – falecido na cidade Belgrano em 21 de outubro de 1886. foi um destacado poeta, político e jornalista argentino, sua obra é considerada como a bíblia do povo gaúcho platino.
Esse dia ficou marcado na história austral como sendo o dia do reconhecimento da identidade gaúcha. Um momento marcante em honra a um dos personagens mais representativos do ser austral, que por meio de suas obras literárias e notas jornalísticas colocou todos os esforços para defender seus conterrâneos das injustiças que foram cometidas pelos governos unitários contra o povo argentino, foi quem deu voz aos oprimidos em meio a tirania portenha.
Em 1872, continua sua luta através do jornalismo e pública entre várias de suas obras, a primeira parte de sua obra-prima “El gaucho Martín Fierro” e sua continuação “La Vuelta de Martín Fierro”, relatos em forma de versos que contam a vida de um heroico gaúcho, na qual no século XX influenciou também Érico Veríssimo a produzir sua icônica obra “O Tempo e o Vento”.
As duas obras formam um poema épico popular sagrado, que, com a sua poesia obteve um grande eco das suas propostas sendo a mais valiosa contribuição para forjar o ethos gaúcho. José Hernández então, nos deixou um grande legado de luta e defesa pela nossa identidade etnocultural, pela liberdade, equidade e igualdade entre todos os gaúchos.
Assim, a obra Martín Fierro narra a trajetória de um arquétipo que representa o ser-gaúcho desde suas origens até sua urbanização. E nesse rito de celebração os argentinos buscam transmitir ano após ano os costumes gauchescos, a cada nova geração incentivando desde cedo as crianças o amor pelas nossas origens, e conservar a sabedoria dos tempos passados para que possamos seguir adianta com as tradições rumo a um futuro repleto de incertezas. Esse é o exemplo, que nós gaúchos orientais sejamos uruguaios ou rio-grandenses devemos seguir.
Feliz día de la Tradición Gaucha!