Thomas Sankara: Um Líder Visionario e Herói Africano

Por Guilherme Fernandes / Resistência Sulista
Thomas Sankara foi um militar, revolucionário e social-nacionalista, pan-africanista e líder político de Burkina Faso. Foi um popular capitão e o primeiro-ministro quando o país ainda se chamava República do Alto Volta. Logo depois, tornou-se o quinto presidente voltense desde a libertação do jugo francês e o primeiro de Burkina Faso liberta.
O “Che Guevara africano”, como ficou conhecido ao liderar a população voltense na revolução de 4 de agosto de 1983 e após isso, muda o nome do país de República do Alto Volta, herança do poder colonial francês para República Democrática e Popular do Burkina Faso, que significa “país do povo honesto”.
Como militar se tornou conhecido, pelo seu sentimento humanitário em não aceitar ver o seu povo passando tantas necessidades como passavam sob domínio dos colonialistas franceses. Foi presenciando injustiças atrás de injustiças que sua mentalidade política e somada com sua experiencia militar foi se forjando com o passar do tempo.
Como presidente de Burkina Faso, se destacou por ter tentado transformar o seu país em um laboratório agrícola para alcançar a autossuficiência alimentar. O líder visionário promoveu também a industrialização, visando criar produtos fabricados em Burkina Faso, com isso, tendo impulsionado muito a produção e o consumo locais, e procurou igualmente melhorar o sistema de saúde e a educação. A emancipação das mulheres também foi uma das suas prioridades políticas.
Num discurso histórico feito em julho de 1987 na União Africana, em Addis Abeba, Etiópia, o Presidente do Burkina Faso denunciou a dívida e as instituições de Bretton Woods que, segundo Sankara, foram herdadas do colonialismo francês.
Sankara acabaria por ser derrubado por um dos seus companheiros mais próximos, Blaise Compaoré, sendo o seu vice-Presidente. Foi assassinado a 15 de outubro de 1987, juntamente com 12 dos seus companheiros. Quase três décadas após o seu assassinato, o capitão ainda é visto como um herói pelos que derrubaram o regime de Blaise Compaoré em outubro de 2014.
Sendo considerado uma das grandes figuras políticas africanas do século XX, tal como Patrice Lumumba, Amílcar Cabral e Muammar Gaddafi, muitos consideram-no um ícone da juventude africana, um símbolo de esperança e luta, cujo os ideais continuam ainda hoje a orientar muitos africanos a construírem um futuro para as futuras gerações de toda África.
Encerro esse breve texto, falando um pouco desse grande herói internacional com uma de suas citações icônicas:
“O escravo que não é capaz de assumir a sua rebelião não merece que tenhamos pena dele. Este escravo será o único responsável pela sua desgraça se ele se iludir sobre a condescendência de um mestre que afirma libertá-lo. Apenas a luta pode ser livre”.