Sobre o MTG e o Suposto Gaúchismo Burguês

Por Based Xirú
Para acabar com o sentimento de pertencimento patriotico do povo rio-grandense e fazer com que o povo perca sua identidade, os centralistas brasileiros criam uma instituição para deturpar a nossa cultura, apagar a chama do nosso ideal libertario e nosso orgulho enquanto povo. E assim passarmos a nos vermos meramente como brasileiros, um estado desaculturado, crendo que um simulacro de cultura, seja o gaúchismo.
Não se trata de preservar a cultura do Rio Grande do Sul ou os costumes do povo riograndense, somos uma sociedade composta por castelhanos, portugueses, africanos, teutônicos, italianos, indígenas e todos possuímos nossas próprias culturas e epopéias mas é claro que tudo isso é unido pelo patriotismo riograndense que possui muito em comum com o patriotismo argentino ou uruguaio.
A “cultura gaúcha” é como popularmente costumamos denominar este sentimento patriótico que inflama os corações de todos os riograndenses desde seu nascimento, onde encontramos uma identidade em comum, um sentimento de amor a nossa pátria e nossa história. Não há como a burguesia brasileira nos tirar este legado, mais acertivo foi, então, deturpa-lo.
Em 1967 foi fundada esta organização que tem por objetivo a aculturação total de imigrantes e seus descendentes, segundo sua própria carta de princípios, eliminando a cultura de seus ancestrais e a substituindo por uma cultura inventada que nada tem haver com aquele gauchismo proletário, passado de pai pra filho e cultivado, principalmente, entre descendentes de castelhanos e caboclos. Não! É um “gauchismo de vitrine” um gaúchismo pra brasileiro olhar e achar divertido.
A relação com o militarismo estampa diretamente as regras tabuladas pela entidade, onde a vestimenta tem inúmeras páginas de regras a serem seguidas, desde o tamanho do lenço em torno do pescoço ao tipo de bota que se pode usar. Em manifestação recente, Paixão Côrtes reconheceu que o Tradicionalismo “matou” o Folclore. Assim, o cancioneiro gaúcho está incompleto: “A gaita matou a viola, o fósforo matou o isqueiro; a bombacha o chiripá, e a moda (inclusive tradicionalista) o uso campeiro.” E o MTG, o folclore e a tradição, além de andar às turras com a cultura popular.
Trata-se de um escarne com a verdadeira cultura campeira riograndense, pisoteam no legado libertário e socialista dos farroupilhas e não vêem nesta revolução um exemplo para uma possível independência do Pampa afinal foram estes mesmos “bombachudos” que tanto criticaram e perseguiram Irton Marx e o Movimento pela República do Pampa enquanto saboreavam o banquete de mentiras da imprensa carioca, da Rede Globo de Televisão.
Não passam de usurpadores da cultura riograndense e assassinos de tradições alheias, querem prender o Rio Grande eternamente ao estado burguês brasileiro, uma república de oligarcas, um país artificial. O povo trabalhador do Rio Grande do Sul é sim patriota! Tem orgulho do hino, da bandeira e da história de revoluções do Rio Grande do Sul e isto em nada tem haver com este gauchismo burguês de bobos da corte à serviço da brasilidade.