A Cabeça de Gumercindo Saraiva

A Cabeça de Gumercindo Saraiva

Crítica por Marcelo Chapiewski / Membro da Resistência Sulista

No fim do século XIX, a Revolução Federalista marcou o sul do Brasil. Na época, o caudilho revolucionário Gumercindo Saraiva foi assassinado pelos legalistas. O filho dele, Francisco Saraiva, parte com cinco cavaleiros para resgatar a cabeça do pai, cortada pelo Major Ramiro de Oliveira.

Primeiramente, levando em conta que é uma produção independente, logo, baixo orçamento, a produção está de parabéns, tanto pelos figurinos, quanto pelo roteiro, direção de arte e escolha de atores.

O roteiro se desenvolve de uma maneira muito interessante, trazendo uma mensagem política muito forte, que como o antagonista, quem não é nascido cá estas bandas, jamais iria compreender logo de cara. Por conta disso parece muito com as histórias que meus avós me contavam quando criança, sobre as revoluções e revoltas armadas. Tudo muito místico e com uma pesada carga dramática. Lembrando muito vagamente os antigos filmes de bangue bangue macarrone.

A atuação é bem variada, tem alguns atores muito bons, enquanto tem outros que são claramente bem inexperientes, o que deixa o filme um pouco fora do tom, mas eu perdoo até pela raridade que e achar um filme desses.

A trilha sonora é muito boa e agradável, quando usada, o áudio dos atores é impecável, disso não tem o que reclamar.
A única coisa que me incomodou um pouco foi a edição, o filme tem belíssimos quadros, mostrando as belíssimas paisagens aqui do Rio Grande do Sul, além das cenas de peleia, me trouxeram um sentimento de nostalgia de quando eu via filmes de faroeste com os meus avôs, merecia uma edição a altura. Tem cortes muito bruscos em meio a cenas imersivas, além de transições que poderiam ser feitas de maneira mais natural.

No mais: 7,5/10
Um ótimo filme, porém, merecia um pouco mais de refinamento. Que poderiam disfarçar os defeitos mais técnicos

Guilherme Fernandes

Guilherme Fernandes

índio gaúcho e vice-presidente da Resistência Sulista

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