125 Anos de Perón: O Último Grande Líder Austral

Há exatamente 125 anos nesta data (8 de outubro de 1895) nascia Juan Domingo Perón, o maior líder da América Ibérica e máximo caudilho austral do século XIX. O general Perón foi militar, político, escritor e três vezes presidente da República Argentina. Antes de se tornar uma figura conhecida, em 1939, Juan Domingo integrou uma comitiva de estudos estrangeiros que participou da missão argentina enviada à Europa, com residência na Itália. No Velho Continente, especializou-se em Infantaria de Montanha, que incluía disciplinas como alpinismo e esqui. Essa viagem foi muito importante, uma vez que Perón conheceu de perto os nacionalismos que enfrentaram tanto a corrente vermelha da URSS quanto o liberalismo nascido na Revolução Francesa. Regressou ao seu país no início de 1940, após uma turnê pela Espanha, Alemanha, Hungria, França, Iugoslávia e Albânia. Foi designado para o Centro de Instrução de Montanha (Mendoza) e, no ano seguinte, foi promovido ao posto de Coronel.

Naquela altura, Perón era membro do GOU (Grupo de Oficiais da União) na Argentina, o que por volta de 1943 ocasionaria a “Revolução de 4 de Junho”, o único feito nacionalista do exército argentino que encerraria a “década infame”. No governo militar, Perón passou a ocupar cargos menores. Em outubro de 1943, ele se candidatou para servir no Departamento Nacional do Trabalho, um modesto órgão dedicado aos assuntos trabalhistas e sindicais.
O jovem Coronel começou, a partir deste local, seu contato com a classe trabalhadora argentina, aprofundando-se em seus problemas e necessidades. Ele converteu o modesto órgão no Secretário do Trabalho e Bem-Estar, ampliou seus poderes e assumiu sua nova propriedade em 10 de dezembro de 1943.
A partir daí, promoveu a organização sindical dos trabalhadores, transmitindo ao movimento operário uma visão nacional do trabalho e promovendo uma legislação protetiva inspirada nos princípios da Justiça Social, disseminada, entre outras fontes, pelas encíclicas papais.
Podemos afirmar que Perón iniciou ali o trabalho que o levaria — até 17 de outubro de 1945 — a ser o líder não só da Argentina, mas de toda a América Ibérica; compreendendo que a Pátria é o bem comum, que deve ser defendido e protegido através de um forte compromisso do povo com a mesma. O povo é o espírito do País. E como enfatizou o general, para liderar o povo é preciso sair dele.
Desta forma, no início de 1953, o caudilho platino procurou o presidente Getúlio Vargas, visando o estabelecimento de um programa comum entre Argentina, Brasil e Chile, para que juntos formassem um bloco continental alternativo à polarização mundial entre Estados Unidos e União Soviética. Perón, publicamente, anunciou os preparativos para a revitalização do chamado “Pacto ABC” – um tratado de cooperação política entre as três nações sul-americanas, que mais tarde viria a ser o embrião do Mercosul. No entanto, mais uma vez o Brasil virou as costas para os seus irmãos da América do Sul. Em nota oficial, o governo brasileiro afirmou que o país não teria nenhum interesse em abandonar o arco maior da aliança pan-americana, capitaneada pelos Estados Unidos, para aderir a um bloco regional alternativo, “subordinado à Argentina”. Conforme o Itamaraty, Perón não estaria autorizado, de modo algum, a falar pelo Brasil.
Por fim, hoje celebramos o legado socialista e patriótico de Perón. Não existe o Peronismo com ideias forasteiras, não somos fascistas, comunistas e nem capitalistas…Seguimos acima de tudo a Doutrina Peronista. Gracias totales, mi General! Viva Perón!